Um mercado florescente para os produtores ACP
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Title |
Um mercado florescente para os produtores ACP
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Creator |
Technical Centre for Agricultural and Rural Cooperation
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Description |
Três décadas após as primeiras incursões dos países do Sul no mercado mundial das flores cortadas, a floricultura continua a representar esperança para os produtores ACP. A procura de flores cortadas explodiu no Norte, sobretudo na Europa, responsável por mais de 80% das importações globais. Entre 2001 e 2003, o Quénia, líder incontestado, aumentou a sua já substancial cota de exportação para a União Europeia (UE) em 17%. Mas outros intervenientes ACP têm sido lestos na entrada em cena, incluindo a África do Sul, a Costa do Marfim, a Tanzânia, o Uganda, a Zâmbia e, o mais espectacular, a Etiópia, que conheceu um crescimento de 230% no mesmo período. Os mais recentes a entrar em cena são os produtores das Caraíbas e do Pacífico. Na Jamaica, uma inexperiente indústria florícola abastece os mercados locais e vende antúrios, orquídeas, ginger e bicos de papagaio aos passageiros dos barcos de cruzeiro e a clientes americanos via internet. No Pacífico, um atelier de floricultura apoiado pelo CTA em colaboração com o Instituto de Investigação, Vulgarização e Formação Agrícola (IRETA), permitiu a um pequeno agricultor das Ilhas Salomão iniciar um negócio florescente. Não há rosas sem espinhos Numerosos países ACP possuem vantagens comparativas para a produção de flores de corte, no que se refere à terra, mão-de-obra, clima e tarifas preferenciais acordadas com a UE. Mas estudos demonstram que o transporte, a armazenagem e a distribuição absorvem uma grande fatia do valor acrescentado: a produção não representa mais do que 10% do preço de venda. Apesar de compensador, o futuro pode mostrar-se menos radioso que o passado. O crescimento da produção ultrapassou a procura e os paÃses ACP enfrentam a dura competição colombiana e chinesa. Os preços das flores cortadas mais usuais (cravos, alstroemeria ou rosas) estão em queda devido a uma oferta excedentária; os preços das flores mais exóticas são mais estáveis. As flores tropicais constituem um nicho comercial em expansão e orquÃdeas, antúrios, ginger, strelitzias (ave-do-paraÃso), bicos de papagaio e proteias, têm grande procura. As preocupações dos consumidores Nascida apenas em 1972, a indústria hortÃcola do Quénia encontra-se já em quarto lugar nas exportações do paÃs, em termos de receitas, atrás do chá, café e do turismo. Mas um crescimento tão rápido tem os seus custos. O Quénia encontra-se debaixo de fogo devido à s más condições de trabalho e a uma utilização excessiva de produtos quÃmicos. A crescente pressão dos consumidores em paÃses importadores fundamentais como a Alemanha forçou o Conselho Queniano para a Floricultura a adoptar um código de boas práticas. A FAO enviou peritos na luta integrada contra pragas a Nyeri, no centro do paÃs, para formar os 5500 grupos de mulheres produtoras de flores. Os horticultores do Sul enfrentam numerosos obstáculos. A produção de flores é uma actividade de capital altamente intensivo e as regulamentações rÃgidas do mercado internacional, como os limites máximos de resÃduos (LRM) e outras normas sanitárias e fitossanitárias (SFS), são pouco negociáveis. Para um produto tão perecÃvel, a embalagem, o armazenamento no frio e boas redes de transporte são cruciais mas onerosos pré-requisitos, e os produtores do Sul partem em desvantagem devido à distância. Companhias holandesas e alemãs implantaram-se em vários paÃses ACP por forma a poderem ter controlo directo sobre a qualidade, distribuição e comercialização (ver Esporo 35). A maioria dos produtores de flores cortadas no Sul depende de produtores do Norte aos quais tem de pagar royalties sobre o material vegetal. Qual o futuro da floricultura? Dados estes constrangimentos, não é surpreendente que o sector seja dominado pelas grandes empresas europeias. Segundo a Agência Queniana de Desenvolvimento de Culturas HortÃcolas, a produção dos pequenos horticultores tem diminuÃdo no decurso dos últimos 5 anos. Mas apesar destes obstáculos, os produtores ACP avançam confiantes no futuro da floricultura. O Uganda está a empregar na produção de flores a cultura hidropónica que limita as doenças e as pragas. Na Zâmbia, Peter Mtumbe, um pequeno agricultor, passou do milho para as rosas, e planeia duplicar a sua operação. Na Etiópia, uma empresa familiar tornou-se num importante exportador internacional, enquanto nas Fiji as mulheres foram ajudadas a exportar flores para o Havai e Nova Zelândia (ver Esporo 68). A África do Sul encontrou um mercado rentável no cultivo de crisântemos. Um guia de exportação publicado pelo Centro para a Promoção de Importações de Países em Desenvolvimento (CBI) identificou as flores estivais - floração produzida durante o inverno na Europa - como um sector prometedor. As vendas para supermercados aumentaram igualmente, uma tendência que oferece oportunidades para os produtores ACP, mas que também coloca desafios. A exploração de um mercado que a maioria considera ainda florescente pressupõe uma investigação agrícola activa para desenvolver as espécies locais e para o combate às doenças e pragas. O Secretariado-Geral da Comunidade do Pacífico (SPC) apoia os horticultores das Fiji no tratamento de um fungo que ataca o ginger vermelho (Alpinia purpurata). Segundo um estudo recente, apoiado pelo CTA, os produtores necessitam de assistência para responder às exigências da importação, da distribuição e da comercialização. Uma resposta engenhosa é o Parque de Negócios de Flores, criado por um cultivador de rosas de Naivasha, no Quénia, onde os cultivadores de flores pagam serviços, que vão da disponibilização de terras e água à assistência no local para licenças de exportação. Nas últimas duas décadas os países em desenvolvimento aumentaram a sua cota de exportação para 24% do mercado mundial de flores cortadas. Mas, embora haja oportunidades reais para os produtores ACP, os pequenos floricultores ainda necessitam de apoio. European Union Internal Review |
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Date |
2015-03-30T13:50:09Z
2015-03-30T13:50:09Z 2005 |
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Type |
News Item
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Identifier |
CTA. 2005. Um mercado florescente para os produtores ACP. Esporo 69. CTA, Wageningen, The Netherlands.
1019-9381 https://hdl.handle.net/10568/64414 |
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Language |
pt
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Relation |
Esporo 69;
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Rights |
Copyrighted; all rights reserved
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Publisher |
CTA
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Source |
Esporo
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